A meditação é uma técnica de autorregulação importante para o bem-estar e para o aprofundamento do processo terapêutico. Ela pode ser praticada fora dos encontros de psicoterapia como ferramenta auxiliar de contato consigo próprio, contribuindo para o fortalecimento da consciência.
No setting terapêutico, também, sob condução do psicólogo que agregou em seu conhecimento a prática da meditação, ela acaba sendo adaptada às necessidades apresentadas pelo paciente no momento dos encontros. A experiência psicossomática é favorecida por sua técnica.
Apesar de ter sido muito popularizada como meio de se “esvaziar a mente”, a meditação, na realidade, traz consigo outros objetivos, principalmente nas sessões de psicoterapia. Além de fortalecer o ego, ela ajuda no contato dele com o Self, por sua capacidade de favorecer a autopercepção e a interiorização.
São muitos os benefícios comprovados cientificamente. A meditação exercita o córtex pré-frontal, que é a área mais recente do nosso cérebro em termos evolutivos, responsável pelo controle do comportamento. Então, mais importante do que “esvaziar a mente”, é o exercício de observar o que acontece no próprio corpo, no nível das sensações, sentimentos, emoções e pensamentos, o que Jung chamou de “funções psicológicas”.
Isso porque a auto-observação é chave para o autoconhecimento e, aliás, antecede as possibilidades de autocontrole e a mudança de comportamento. Aliada da terapia, a meditação guiada pelo profissional competente oferece também técnicas para a regulação do sistema nervoso e para o restabelecimento do corpo frente às situações de estresse e de sobrecarga emocional.
Estudada, principalmente, no âmbito da psicoterapia corporal, ela contribui para o restabelecimento dos ritmos da respiração e dos sentimentos. David Boadella, fundador da Biossíntese, considera inseparáveis respiração e energia emocional, de forma que uma ajuda no reequilíbrio da outra, possibilitando, assim, o restabelecimento do fluxo emocional na vida no indivíduo.
Fica, então, o convite para que todos possam conhecer e, eventualmente, incorporar, práticas meditativas no dia a dia, para cultivo do próprio bem-estar. E, claro, manter a psicoterapia em dia, para o desenvolvimento da consciência e para a conquista e manutenção de paz e harmonia na vida.
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